06 novembro 2010

Análise Psicológica de Seeley Booth

Espero que assim como eu, vocês possam curtir a leitura. :)

Nota da autora: Ao escrever essa análise, fiz o melhor que pude para deixá-la o mais clara possível para os leigos, mas se você tiver perguntas ou ficar confuso, ficarei contente em responder aos seus questionamentos (à autora através do link da fonte). Você perceberá que ao longo dessa descrição, usei diferentes teorias psicológicas para analisar a personagem de Seeley Booth. Isso porque, quando trabalho como psicóloga, tenho uma orientação eclética (o que significa que uso diferentes técnicas baseada nas necessidades de meus clientes – não sou casada com nenhum estilo psicoterapêutico), porém, isso também tem a ver com o fato de que diferentes orientações psicoterapêuticas fornecem melhores panoramas dessa personagem. Toda vez que eu mudar a teoria analítica que estou usando, você verá uma nota onde isso fora feito. Essa análise não será perfeita, já que todos os profissionais de saúde mental possuem diferentes formas de analisar, mas é isso o que vejo quando vejo Seeley Booth. Obrigada por ler –j.

Atual: Seeley Joseph Booth, Caucasiano de aproximadamente 40 anos de idade, é o paciente identificado (PI). Atualmente é um Agente Especial do FBI, situado em Washington D.C., onde tem parceria com a Dra. Temperance Brennan e o Departamento de Medicina Legal do Instituto Jeffersonian a fim de solucionarem crimes em que os corpos estão muito danificados ou decompostos para que uma unidade tradicional possa solucioná-los. O trabalho completado por ele e sua parceira e os crimes por eles solucionados têm lhes dado um ranking extraordinariamente alto e ambos são considerados bastante bem-sucedidos. Ele também é um veterano condecorado do Exército dos EUA, em que serviu como atirador de elite com a unidade de Forças Especiais do Exército, os Rangers, deixando-o com o posto de Sargento. Recentemente, retornou ao Afeganistão, por um período de sete meses, para treinar militares afegãos e forças policiais. Retornou a Washington D.C. mais cedo do que o esperado para assistir numa investigação do Jeffersonian e decidiu ficar, citando as necessidades de seu filho pequeno, Parker – com idade aproximada de 10 anos. Está atualmente envolvido num relacionamento com uma repórter que conheceu no Afeganistão, e recentemente começaram a viver juntos. A duração do relacionamento é indeterminada, portanto, é possível que estejam juntos por meros dois meses, ou por 7-8 meses. Antes disso, ele esteve em relacionamentos românticos de curto prazo por aproximadamente 4-5 anos, embora tenha namorado (predominantemente durante os dois primeiros anos de sua parceria do FBI). Seu relacionamento mais íntimo, como tem sido mostrado, é o que ele compartilha com sua parceira, Temperance Brennan, a quem chama de “Bones”. Ele tem um relacionamento com o avô, Hank, que vive numa instalação para idosos, e tem um difícil relacionamento com o irmão caçula, Jared, que ficou noivo um ano e meio atrás, aproximadamente.

História: O paciente vem de uma família não convencional, em que é o primogênito de dois filhos. Do que pode ser adquirido, já que o paciente não é muito acessível quanto a sua história de infância, o paciente alega que o pai lutou no Vietnã – pilotando “Thuds e Phantoms” – e quando dispensado, tornou-se barbeiro enquanto que sua mãe compunha jingles para uma agência de publicidade. Também deixou escapar que se não fosse por seu avô, teria se matado quando criança. O avô criou o paciente e seu irmão após o abandono do pai. Não está evidente se a mãe de Booth permaneceu no cenário depois do abandono dos filhos pelo pai; entretanto, é presumido por esta especialista que o pai do paciente os tenha abandonado na pré-adolescência ou início da mesma. O que se sabe acerca da infância e adolescência de Booth é que ele era um atleta e praticava esportes na faculdade até que machucou o ombro. Ele também teve criação Católica e ainda mantém sua fé até hoje. O avô proporcionou ao neto exposição aos valores tradicionais e a uma forte auto-imagem masculina, e o paciente se revela um homem que prefere os papéis tradicionais do gênero masculino – incluindo uma dificuldade em compartilhar os sentimentos.

A família do paciente tem um histórico de abuso – o pai do paciente era alcoólatra e abusava fisicamente dos filhos. Não se sabe se o paciente era o único alvo do abuso do pai ou se tal abuso era disperso a todos os membros daquela família. O irmão do paciente também tem uma história de alcoolismo, mas permaneceu funcional em sua posição na Marinha até ser despedido de forma desonrosa por conta do uso indevido de recursos militares ao valer-se de tais para salvar seu irmão (PI) de uma criminosa que o mantinha refém. O próprio paciente tem uma história com o vício em apostas, que parece ter iniciado ou durante seu tempo nas forças armadas ou após sua dispensa honorável. O paciente começou a frequentar os Jogadores Anônimos aproximadamente seis anos atrás e não teve uma recaída reportada desde então. O início da reabilitação do paciente parece ter coincidido com seu primeiro encontro com a Dra. Temperance Brennan. Cinco anos atrás ele informou ter completado o programa; todavia, não mencionou se continuou a frequentar qualquer espécie de reuniões dos 12 passos.

O paciente também tem um histórico, enquanto nas forças armadas, de ter sido submetido à tortura. Ainda que informação com respeito a tal não tenha sido fornecida – isso foi descoberto por sua parceira – trata-se de uma situação em que ele sofreu significante abuso físico e também uma falta de controle.

Com relação aos seus relacionamentos românticos, o paciente parece ser atraído por mulheres independentes em suas carreiras. Entretanto, pela história contada, o paciente tem sido incapaz de manter relacionamentos íntimos. Seu relacionamento com Rebecca, a mãe de seu filho, Parker, era aparentemente estável até que descobriram a gravidez. Quando se propôs a se casar com ela, ela se recusou, porém eles mantiveram um relacionamento casual até por volta dos 4 anos de Parker. Ele alega que ela tenha o recusado por ter problemas com a profissão dele, ela queria completar a pós-graduação e iniciar a própria carreira. Ele teve outros relacionamentos anteriores, incluindo Tessa, uma advogada, e com Camille Saroyan – de quem ele é amigo por mais de dezoito anos e teve um relacionamento casual. Seu relacionamento mais íntimo nos anos recentes tem sido o que ele desenvolveu com sua parceira de trabalho, Temperance Brennan. Com ela, ele tem sido capaz de compartilhar – ainda que com muita dificuldade – alguns dos aspectos mais obscuros de sua vida. Além disso, ele e Temperance dividem uma relação substituta, em que por um longo período eles têm suprido as necessidades emocionais um do outro – e onde ele também atua como suporte, família e professor dela, já que por diversas razões que vão além do alvo dessa análise, ela tende a ser bastante inepta socialmente. Em adição, quando sua parceira está tentando entrar num relacionamento com outros homens, ele tende a se envolver, checando antecedentes, interrompendo encontros, e finalmente, mais recentemente, insistindo que ela não deve compartilhar detalhes íntimos da relação deles com outros homens, como em, “...o que é nosso é nosso.”

O paciente teve ferimentos e problemas de saúde que o afetara, especialmente recentemente. Mais significativamente, aproximadamente dois anos atrás, quando Booth começou a sofrer com alucinações visuais e auditivas cuja etiologia era um tumor cerebral em seu lóbulo temporal. Após a craniotomia e a remoção do tumor cerebral, o paciente entrou em coma por quatro dias, período em que o paciente teve um sonho em que estava casado com sua parceira do FBI, e eles eram parceiros/donos de um bar e boate chamada “The Lab”. No sonho, o paciente e sua parceira/esposa solucionaram o assassinato, o qual ele foi acusado de ter cometido, de um indivíduo que tinha a intenção de matar sua companheira, e também descobriu que estavam esperando um bebê. Acabou que isso era uma curta história que sua parceira estava escrevendo e lendo em voz alta ao lado de sua cama enquanto mantinha vigília ali. Antes da descoberta de seu tumor cerebral, sua parceira do FBI havia requerido dele uma doação de esperma, já que queria ser mãe solteira. Inicialmente, ele havia concordado, entretanto, mais tarde, se opôs devido ao seu desejo de estar envolvido com qualquer criança que viesse a ter no futuro porque precisa ser o pai de seu filho. Saindo do coma, o paciente concluiu que estava, de fato, apaixonado por Temperance. Ele tentou admitir tais sentimentos para ela à princípio, mas tendo sido prevenido, ele esperou até mais tarde naquele ano. Quando finalmente admitiu tais sentimentos para ela, após uma sessão com o psicólogo deles, ela rejeitou sua proposta romântica, dizendo que o estava protegendo dela. Ela, no entanto, pediu que eles continuassem a trabalhar juntos. Ele disse, imediatamente após a recusa por parte dela, que teria que seguir em frente, romanticamente, e ela concordou. Alguns meses depois desse evento, o paciente e sua parceira decidiram passar um ano separados, já que ela fora convidada a participar de uma pesquisa antropológica na Indonésia e vinha se sentindo emocionalmente fatigada por todas as mortes que vinham investigando seguida pelo julgamento de uma criminosa que tentou matar a ambos no passado, e ele foi convidado pelo Exército dos EUA a assumir uma posição de treinamento. Isso é apenas um pequeno resumo da história do paciente que foi observada e compartilhada.

Sistemas familiares: De forma geral, a família é o principal meio de socialização para qualquer criança. É através do contato com a família, com os pais, especialmente do mesmo sexo, que as crianças aprendem expectativas do gênero, normas sociais, formas de negociação em relacionamentos, e responsabilidades pessoais e familiares – tudo por meio da observação e participação na dinâmica familiar por meio da interação, regras, expectativas e feedbacks da família de forma explícita e implícita. Esses ensinamentos são passados de geração em geração e todas as crianças aprendem a se comportar com base nas necessidades do sistema familiar.

Estrutura Familiar e Filhos Adultos de Alcoólatras:

Resultado de uma pesquisa inovadora sobre a teoria da identificação do papel da família em sistemas familiares alcoólatras feito por Wegscheider em 1981, pesquisadores e especialistas encontraram quatro papéis que eles atribuem a filhos de alcoólatras – o Herói, o Bode Expiatório, a Criança Perdida, e o Mascote. Tradicionalmente, o primogênito (como no caso aqui) toma o papel de Herói (ou, como o Dr. Lance Sweets o rotulou – o Cavaleiro Branco). A descrição do filho de um alcoólatra que assume o papel de Herói é a de uma pessoa séria, competente, e demasiadamente bem-sucedida que muitas vezes quietamente se sente inadequada e culpada. Essa criança se encarregará de maiores responsabilidades do que aqueles com a mesma idade e tendem a se engajar em comportamentos de zelo. Na realidade, esse filho pode, algumas vezes, assumir o papel de pseudo-pais/pseudo-cônjuge – assumindo responsabilidades adicionais por irmãos enquanto também provê suporte emocional ao genitor não viciado. Esses filhos tendem a perpetuar esses papéis durante a fase adulta, quando tais funções os ajudam a lutar contra sentimentos de medo, raiva, vergonha, insegurança, confusão, culpa, ressentimento, solidão, impotência, e/ou rejeição. Como adultos, tendem a possuir baixa auto-estima, continuam a guardar segredos como aprenderam quando crianças, possuem atitudes inflexíveis, dificuldade com mudanças, tendem a ter relacionamentos interpessoais complicados/desajustados e têm a necessidade de estarem no controle (devido ao fato de terem vivido seus primeiros anos onde o genitor alcoólatra trouxe o caos ao sistema familiar).

Em famílias de alcoólatras, há duas regras implícitas e comuns na família – um desencorajamento da comunicação direta dos sentimentos e a necessidade de aderir a um papel na família e nas interações no mundo exterior. Como um Herói, o objetivo do filho é o de trazer apreço para o sistema familiar através de suas conquistas e também tornar as coisas as mais normais possíveis para o mundo externo. Isso ocasiona o desenvolvimento da habilidade de compartimentalizar e construir barreiras entre eles mesmos e o mundo, tornando os relacionamentos íntimos algo de difícil conquista. Isso também constrói um adulto que é recompensado dependente já que seu valor próprio vem do sucesso em satisfazer as necessidades e responsabilidades impostas sobre ele pelo sistema. De forma simples – ele é um homem que precisa que precisem dele.

Nesse caso em particular, o paciente tem demonstrado um forte comportamento de Herói. Ele se responsabiliza por sua família/família substituta muito seriamente e tem fortes instintos de protetor. Esses comportamentos têm o potencial de fazer com que ele falhe pessoalmente – onde livrou o irmão de diversas situações em que poderia ter sido preso ou fracassado pessoalmente; quando ele assumiu a responsabilidade pela decisão de Temperance em ficar em Washington D.C. quando teve a oportunidade de velejar pelo Caribe por um ano com o ex-namorado, Sully, o qual ocasional em certo atrito na relação deles; e a culpa inapropriada pela morte de seu aprendiz, Teddy Parker, quando era um atirador do Exército. Situações em que perde o controle causam nele aflição psicológica e já fizeram com que fosse encaminhado para avaliação – especialmente após a morte de Howard Epps, o qual lhe ocasionou uma reação de estresse. Não ficaria surpresa ao descobrir que o paciente desenvolveu Síndrome de Estresse Pós-Traumático após a tortura durante sua carreira militar e que seu vício em jogatina aconteceu como uma forma mal-adaptada de lidar com os sintomas da SEPT, já que filhos de alcoólatras têm um risco elevado de desenvolver um vício como forma de superar dificuldades.

O potencial para sérios danos em Seeley Booth foi atenuado, mais precisamente, pela emersão de seu avô como um forte modelo que interferiu para criá-lo e a seu irmão após o abandono de seu pai. O amor incondicional e suporte do avô ajudaram a sarar parte do dano a que ele fora submetido, e deu a ele uma boa pessoa em quem se espelhar, mas não poderia de forma alguma eliminar as lições aprendidas quando pequeno naquele sistema familiar. O desconhecido no sistema familiar é o papel da mãe de Seeley. É desconhecida qual era sua função na família ou se ele foi ou não capaz de ter algum tipo de relacionamento satisfatório com ela. Se ele foi capaz de ter esse tipo de relação com ela, então seu ajuste emocional seria melhor do que o de outros filhos de alcoólatras.

Psicologia do Self: Psicologia do Self vem das teorias psicológicas mais psicodinamicamente orientadas em que objeto do self, os quais geralmente são experiências interpessoais, mas podem ser tão variadas quanto uma coisa, um símbolo, ou até mesmo um trabalho, alimentam a psique do indivíduo em cada estágio da vida ao lhe conceder respostas apropriadas do ambiente do objeto do self a fim de lhes proporcionar a experiência central de experimentar um sentido de unidade psicológica, força e integração também chamada de coesão do self ou sentir-se completo. O objeto do self mais importante, e de certa forma mais fundamental, é o que é chamado de objeto do self de espelhamento. Na vida de um indivíduo o primeiro objeto do self de espelhamento é/são o/os guardião/guardiões. Quando uma criança olha dentro dos olhos daquele pai/mãe e vê interações positivas – incluindo amor, validação, e reconhecimento – essa criança é capaz de desenvolver sentimentos de valor, mérito e um desejo de buscar atenção. Aí é quando a criança começa a aprender que ele ou ela tem valor. A necessidade exata varia um pouco nos diferentes estágios de desenvolvimento, mas tendo um nível bom o suficiente de espelhamento aumenta o desenvolvimento da coesão do self – sentir-se completo, confiante. Se os indivíduos a quem a criança usa como espelhos são inábeis de serem bons o bastante, então a criança desenvolve problemas com segurança, valor próprio e confiança no campo interpessoal de suas vidas.

Esse espelho interior da criança se desenvolve conforme ele ou ela amadurece e aquele adulto busca um companheiro que satisfaça tal espelho positivamente e de forma gratificante. No entanto, a maldição de ser um adulto é que ninguém nunca provê o espelho perfeito e aqueles que acabam com um espelho deficiente sempre procuraram uma fonte externa para lhes dar validação, aprovação ou reconhecimento. Eles são sensíveis para com os outros e precisam sentir-se respeitados, validados e aprovados por seus objetos do self a fim de manterem seu equilíbrio psicológico. Em homens heterossexuais, esses objetos do self são, na maioria, as mulheres em suas vidas – tendo evoluído de suas mães para suas parceiras românticas. De acordo com o psicólogo Kohut (1984) esses indivíduos dependem de seus parceiros para “apoiar suas mentes vulneráveis” e qualquer espécie de possível abandono ou uma situação que demonstre uma visão negativa de seu self provoca a dor psicológica que trabalharam tanto para compartimentalizar. Essa dor é expressa tanto como depressão ou raiva. Isso acontece mais ou menos assim (Wexler, 2009): 1) Algo desencadeia a vulnerabilidade no indivíduo, 2) o indivíduo causa em si próprio uma ferida narcisista [aqueles envergonhados quando crianças se tornam hipersensíveis a isso quando adultos com o intuito de evitar a vergonha e perceber o pior nos outros] e não atribui ao gatilho, 3) o individuo experimenta sentimentos com os quais não está familiarizado ou acha totalmente inaceitáveis ou ambos, 4) o indivíduo experimenta sobrecarga emocional, 5) o indivíduo age de forma a “consertar” as coisas e se sentir mais efetivo – o que pode resultar em comportamentos altamente arriscados ou escapistas a fim de evitar seus sentimentos. Homens que têm problemas com espelhos deficientes que estão prestes a agir de forma a sentirem-se melhor tipicamente respondem de forma evolutiva através da luta, fuga, ou congelamento.

Com relação ao paciente Seeley Booth, a história confirmada de abuso físico por alguém em que a criança deveria ser capaz de confiar (seu pai) já é um sinal que tal paciente teve uma experiência com um espelho defeituoso. O quanto isso o afetou depende de sua mãe e seu avô. Se eles foram capazes de aliviar parte do dano provocado ao serem bons o suficiente quando seu pai não pôde, então ele não está tão danificado quando poderia. Porém, mais uma vez, isso depende e não há informação suficiente para realmente estimar a extensão do dano. Em adição, com base em seu relacionamento com Temperance Brennan, podemos perceber que no decorrer dos últimos anos ela tem sido seu objeto do self e espelho. O sucesso deles juntos e a confidência e confiança dela nele e em suas habilidades é o que têm preenchido suas necessidades. Além disso, é o fato de que como um objeto do self, ela também teve experiências com espelhos danificados e não é perfeita que o atrai para ela – por mais que seja uma mulher bem-sucedida, independente, com uma profissão, sua vulnerabilidade e danos estão lá para aqueles a quem ela permite se aproximarem o bastante para enxergar. Geralmente, o sinal de maturidade emocional é a capacidade de fazer uma avaliação genuína do parceiro e ter a habilidade de ser honesto de modo comportamental e emocional com o mesmo. Seeley tem lentamente amadurecido e se curado em direção a isso. Não apenas ter a capacidade, a disposição e a coragem de revelar seu mundo interno para a parceira, mas poder expressá-los a fim de construir intimidade. Tem sido visto que essa parceria foi vagarosamente chegando a esse ponto, e tem havido momentos em que eles têm sido íntimos emocionalmente e provido suporte um ao outro. Há três ocasiões em que um olhar treinado pode perceber como ele tem sido afetado e a que quantia de dano psicológico ele foi submetido e tais podem ser percebidos quando sua relação com Temperance Brennan os traz à tona. O primeiro evento foi quando Temperance Brennan conheceu Jared Booth. Ela foi a um encontro com o irmão caçula de Seeley e fora convencida por ele que Seeley sabota a si mesmo e tem medo do sucesso. O fato levou a um confronto entre Seeley e Temperance que culminou em Booth perguntando para ela se ela o achava um perdedor. Essa declaração e a tentativa dele em obter confirmação dela demonstram apenas o quão conectados estão e dá uma pista sobre suas crenças cognitivas implícitas e medos acerca de si mesmo. Essa crença de que seu espelho pense que ele seja um perdedor e que ele estava prestes a ser abandonado causou nele medo e raiva e ele isolou-se dela emocionalmente. Ela percebeu que estava errada, foi capaz de reassegurá-lo através de sua declaração positiva e dar a ele a validação necessária e por último, eles foram aptos a fazer com que essa experiência os conectasse mais intimamente com a confirmação dele de que seu pai bebia. Na temporada passada, ele teve mais duas experiências em que a posição de Temperance como seu objeto do self foi confirmada. A primeira foi quando Seeley se abriu romanticamente e ela o rejeitara. Ao rejeitá-lo, ela o machucara de forma narcisista, porque embora tenha dito não devido aos seus próprios danos psicológicos, ele imediatamente acredita que essa rejeição significa que ela o esteja rejeitando pelo fato dele ser falho/desmerecedor/não ser bom o bastante/danificado, etc porque isso é o que ele acha de si mesmo e contra o que luta diariamente. O que amortizou o golpe é que ela pediu que eles continuassem trabalhando juntos. Porque, na mente dele, por mais falho que pudesse ser como um parceiro romântico, ela não o rejeitara como parceiro de trabalho e ainda acreditava nele daquela forma. Todavia, ele ainda reagiu quase imediatamente dizendo que teria que seguir adiante, porque o ato de seguir em frente ajudaria a lidar com a sobrecarga emocional da rejeição de seu objeto do self com que teve que lidar. A terceira, e a maior até agora, foi o rompimento da parceria quando Temperance o deixou para participar de uma pesquisa na Indonésia enquanto ele foi para o Afeganistão. A essa altura, ela esteve lutando com a exaustão emocional há um tempo e estava declarando que precisava de um período longe para que pudesse obter perspectiva, já que estava se sentindo oprimida e ele estava tentando mantê-la emocionalmente estável.Porém, o ato de partir – ainda que assentido por todos – foi a rejeição final e o pior tipo de mágoa, porque ela o estava deixando – ele não era um parceiro bom o suficiente para que ela sequer o mantivesse por perto; falando logicamente, quando o elo com um objeto do self é interrompido, o valor próprio imerge e tem-se um sentimento de auto-estima inadequado. Mais uma vez isso preencheu aquelas não atribuições de não ser bom o bastante, portanto ele escolhe retornar para algo em que era bom – estar no Exército. A decisão dele foi tomada no instante em que o Dr. Sweets contou que ela tinha decido partir, mesmo que ela não tivesse verdadeiramente tomado tal decisão – que é uma coisa que só ficamos sabendo mais à frente – mas o dano narcisista já estava completo. Se ela tivesse mantido contato com ele durante a separação, a mesma não o teria machucado tanto; contudo, ela não o fez, portanto, ele fez o que pôde para lidar com a raiva e a sobrecarga emocional que não podia expressar – inicialmente sendo arredio e fechando-se emocionalmente. Ele encobriu fazendo o que pôde no intento de escapar daquelas emoções negativas insuportáveis ao voltar-se para outra – uma que o fizesse se sentir imensamente desejado e que iria anestesiar a dor de certa forma.

Uma Visão Total da Autora: Seeley Booth é o produto de um lar abusivo que desde novo o ensinou a compartimentalizar, a assumir responsabilidades por sua família e a perceber que seu valor era proveniente do suprimento das necessidades dos outros. Esse dano foi parcialmente amenizado pelo abandono do pai e o surgimento subseqüente de seu avô como uma figura paterna. O quanto desse dano fora abrandado por sua mãe é desconhecido, já que não se sabe muito acerca do relacionamento de Booth com a mãe. Como uma criança abusada, aprendeu muito rápido a explorar suas habilidades intuitivas e a fazer uma leitura emocional em um ambiente a fim de ajudar a salvar a si mesmo e a sua família.

Avance para o paciente Seeley Booth como um adulto e você verá um agente do FBI bem-sucedido e responsável que possui habilidades intuitivas altamente desenvolvidas que o ajudam imensamente em campo, mas que também possui problemas em seus relacionamentos íntimos. Isso é porque ele escolhe mulheres independentes que não precisem dele de fato, então ele não precisa se conectar com elas num nível íntimo e então elas se vão, satisfazendo suas crenças acerca de si mesmo. Ele é um homem que possui pontos cegos em sua vida pessoal por conta de suas próprias crenças cognitivas sobre si mesmo, que foram forçadas nele quando criança, não importa o que as pessoas o digam atualmente. Ele é um homem que tenta ser um bom pai para o filho, embora se questione se é um bom pai – como se pode observar em seu relacionamento com a mãe de Parker.

A necessidade dele de ser necessário ainda está em jogo, com força total, e em algum momento no primeiro ano do relacionamento com sua parceira do FBI ele se auto-elegeu o protetor e guia dela no mundo – o que ela inconscientemente aceitou. Ela concordou em ser necessária e ele aceitou ser aquele que ela precisava inconscientemente em suas vidas emocionais – enquanto que profissionalmente eles se misturam e precisam do outro para satisfazer as necessidades de solucionarem crimes juntos. Tanto que o paciente se permite ser subestimado para que sua parceira possa ser vista como a esperta ou o cérebro se sua força, satisfazendo a necessidade dela de ser vista como a esperta, que é onde o valor próprio dela é adquirido. Conforme os parceiros foram construindo um relacionamento mais íntimo – aceitando a escuridão e fraquezas um do outro (incluindo a alexitimia dela) e chegaram juntos a um estágio mais sadio emocionalmente – ele começou a se apaixonar por ela. Quando ele compartilhou isso com ela, sua rejeição o machucou porque a mesma disparou todas aquelas crenças antigas de si próprio de que não seja bom o suficiente. Não importou que ela o tivesse rejeitado por conta de seus próprios problemas psicológicos e de abandono, especialmente visto que a relação que ela esteve gozando estava agora sendo rotulada como sendo amor – um tipo de relacionamento com o que ela não era familiar e um a que ela teme. Tê-lo rejeitado completamente e separar-se dele, terminando a parceria deles por um ano, machucou-o em dois níveis. Um, que ela não precisava dele ou não o queria. Mas, o segundo é um pouco mais insidioso. Ele podia ver que emocionalmente os casos que vinham solucionando estavam tendo um efeito sobre ela e que ele estava fazendo o seu melhor para mantê-la estável emocionalmente, ser aquele em que ela se amparava, e ajudá-la a passar pela situação, porque havia a chance de que ele a perderia completamente. O fato de que ela fora incapaz de se apoiar nele e ao invés escolheu partir é para ele um sinal de que não fora bom o suficiente em seu trabalho de mantê-la emocionalmente estável. Isso remete ao assumir responsabilidades por coisas que ele não pode controlar – algo que já havia feito parte do mundo de Seeley Booth anteriormente.

Agora que o paciente retornou a Washington D.C. e está de volta ao mesmo estilo de vida, embora com uma nova parceira românica, é quase certo que a antiga dinâmica assuma o comando e seu relacionamento romântico desmorone – mesmo que no começo ele estivesse atrasando esse relacionamento em alguns aspectos como um escudo para bloquear a conexão emocional com sua parceira. Porque, mais uma vez, ele escolheu alguém que iria anestesiar a dor psicológica inicial pela perda da parceira, embora agora a mesma esteja de volta e dando a ele mais validação e feedback positivo como um espelho, o que esteve inábil de fazer logo após a confissão romântica dele.

Referências:
Bones – Hart Hanson, Fox Entertainment, etc.
Kohut, H. (1984). How does analysis cure? Chicago: Publicação da Universidade de Chicago
Wegschieder, S. (1981). Another Chance: Hope and health for the alcoholic family. Polo Alto, CA: Science and behavior books.
Wexler, D. (2009). Man in therapy: New approaches for effective treatment. New York, NY: Norton & Co.


Fonte: The Valium Sofa
Tradução: Amanda C.
Revisão: Estéfane Rocha

24 comentários:

  1. Anaa ( evitando spoilers)6 de novembro de 2010 às 06:26

    Não entendi uma coisa, o texto é de algum site ou matéria , ou é de algum é fã???

    Bom é bem legal e atraduçao tá muito boa Parabéns

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  2. Muito interessante olhar os acontecimentos da perspectiva do Booth.
    Me senti lendo um trecho do próprio "The Heart of the Matter". Sempre quis ler o livro do Sweets. Bonespedia realizando sonhos, haha.

    Pelo que eu vis nos comentários no site da autora, ela vai fazer uma análise da Brennan também, né? Curiosa pra ler. Espero que depois ela faça a do relacionamento dos dois, haha.

    Mas achei legal ela ter feito do Booth porque desloca nosso olhar, acho que a gente tá muito mais acostumado a tentar enxergar a história pelo ponto de vista da Brennan e das limitações emocionais dela.

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  3. Tá legal... Será que isso faz parte de alguma estratégia da FOX, para acalmar os ânimos dos fãns descontentes? hehehe

    Se é, comigo funcionou! Do jeito que foi colocado, tudo parece muito mais lógico, mais amarrado... Torna tudo mais interessante. Inclusive a breve estada da Hannah. Bem que essa psicóloga poderia agora traçar o perfil da Brennan,né?

    Amanda, obrigada pela postagem. Muito show!!

    Patrícia

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  4. TÔ BOBA TU FEZ FACULADADE ONDE MENINA? ME DIZ AÍ rs,rs,rs,rs tu mandou muito bem merece um 10.

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  5. Não só curti como tirei grande proveito pra mim com relação a minha profissão....comecei lendo doida pra saber do Both e no fim me envolvi de tal forma que consegui projetar várias pessoas nesta análise diversificada, coerente e muito esclarecedora......aguardo a análise da Temperance...agora eu amo mais o Both e outros no meu relacionamento pessoal e profissional que eu não entendia muitas vezes...maravilhosa a forma didática e sem medo de se doar a nós pobres mortais apaixonados por Bones e que as vezes queremos acabar com o HH.......como eu sempre digo, Bonespedia não tem pra ninguem
    Bejos e muito grata, Amanda
    Soninha

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  6. De nada, meninas!! :D

    Anaa, ela é uma profissional e fã da série.

    Rebecca, também estou aguardando ansiosamente pela análise da Brennan. Parece que será feita após a exibição do episódio subjetivo.

    E só para reforçar, essa análise não foi feita por mim, eu apenas a traduzi. :D

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  7. O que eu não gostei foi o início do texto: "tenho uma orientação eclética (o que significa que uso diferentes técnicas baseada nas necessidades de meus clientes – não sou casada com nenhum estilo psicoterapêutico)". É muito difícil para um psicólogo dominar uma única abordagem, imagina todas? Ou, no caso, sabe-se um pouquinho de cada e vai mesclando? Me parece uma terapia superficial. Que me desculpe a autora, mas eu precisava dizer isso, já que mtas pessoas vão ler e é o tipo de comentário que cria preconceitos e idéias distorcidas sobre a prática do psicólogo.
    Enfim, não me matem, não quis ser desagradável, maaaaas acho que é obrigação de todo psicólogo cuidar da profissão.

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  8. Keila, você é psicológica? Você está de acordo com tudo com o que a autora disse? Eu começei assistir Bones na 4 temporada, tanto na tv quanto no DVD para entender a história destes dois. Antes mesmo de ler esta matéria e sem entender nadica de nada de psicologia e não tenho preconceito nenhum com o tipo de trabalho de psicológos, pois eles estão aqui mais para ajudar a gente a encontrar um caminho para seguir quando estamos "perdidos", entendi que o Booth primeiro foi atrás da Bones no Piloto e um ano depois que a conheceu devido aos 12 passos que todo viciado e, no caso de JA (Jogador Anônimo) tem que fazer. Eu estou plenamente de acordo com o que a autora fala a respeito do Booth e agora nesta temporada em algum momento, eu torço que até o 10, o relacionamento B/H esfrie mais ainda e que no 11 a Hannah deixe o caminho para os dois, já que foi dito que vamos ter um episódio a "amizadade" de Bones e Hannah vai ser "testada" devido ao que ocorreu no episódio subjetivo.

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  9. Olá, peço permissão para expor uma opinião de quem não é psicóloga, eu já dei minha opinião meu nome assinado é Soninha. Sou advogada e atuo na área de família, lido com muitos relatórios psicossociais quando envolve menor e como uma pessoa de fora gostaria de dizer que o parecer desta psicóloga me ajudou muito, inclusive a entender também os psicólogos com quem lido na vara da Infância...de maneira alguma a profissão me pareceu deturpada...falo por experiência que este modo de apresentar um comportamento social e psicológico valorizou muito esta profissão pra quem não é psicólogo e as vezes fica com raiva deles(eu)
    Relaxem meninas ....não houve desrespeito e nem desmérito a ninguém ...pra mim só ajudou a valoriza-los mais. Paz e amor,
    Soninha

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  10. Keila, concordo com você!

    Ficou difícil de digerir o início do texto. Falar que é eclética me deu um desconforto enorme e fez com que eu não levasse a coisa a sério. Enfim, não sei como as coisas funcionam nos EU que é de onde a autora é...
    De qualquer maneira, toda análise de ser feita usando uma corrente, linha ou escola como base se não vira "achismo".

    Enfim, não me matem, não quis ser desagradável X(2)

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  11. Curioso, Paula e Keila...

    Em mim o efeito dessa colocação da autora foi o oposto. Compreendo e respeito a opnião, acho até que profissional de vocês (pois me pareceu que ambas são psicólogas). Bem, eu não sou da área, mas me agrada a idéia de uma abordagem mais complexa. Afinal, em se falando de comportamento humano nenhuma linha ou corrente analítica tem condições de dar conta ou esgotar as questões. Acredito que cada uma delas deve contribuir de alguma forma. Dou o exemplo dos marxistas x weberianos... a tendência deles é sempre anular a contribuição do outro. Ora, tanto Marx quanto Weber trouxeram grandes contribuições ao estudo da sociedade moderna, cada qual dentro de um escopo de análise específico, sendo marcados (e limitados) pelo contexto histórico e político em que viveram. Mas as contribuições de um não anulam as do outro. Em algumas questões, na sociedade atual, Marx apenas não dá conta de explicar e Weber nos ajuda. E vice versa. Minha posição quanto a isso é semelhante à da autora: "não sou casada" com nenhum dos dois, apenas me aproprio da teoria que mais me ajuda a compreender meu objeto de estudo. Mas há aqueles que acham isso inconcebível...enfim, tudo isso pra dizer que acho uma análise multiconceitual ainda mais interessante.

    Patrícia

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  12. uauuuuuuuuuuuu
    depois de ter lido essa análise e de ter ficado "enmaravilhada" com essas recém descobertas sobre a pesonalidade de booth, imaginando o quanto HH deve usar de psicologia para criar seus personagens...venho aqui e me deparo com essas super inteligentes opiniões....cara, tô no lugar certo! hehehe
    meninas, vocês são demais...só tem gnt linda, inteligente...
    desde as criadoras, moderadoras do blog...agora também nas frequentadoras...
    q luxooooooo
    fikei super feliz de ver q "minhas colegas de sandices" são pessoas cultas, repletas de conhecimento...só melhora minha autoconfiança, pois percebo q compartilho com gnt inteligente uma paixão..não estou só cercada por alienadas...

    não sou psicóloga, mas sou pedagoga e defendo também a utilização de diferentes correntes para tentar vislumbrar uma possível explicação para determinados comportamentos e/ou atitudes....mas como foi falado...utlizar uma única corrente para se analisar comportamento humano é quase impossível...aliás, essa condição humana de ser imprevisível é o que me fez cair nas graças das ciências humanas...

    PALMAS A TODAS VOCÊS PELA CAPACIDADE INTELECTUAL!!!
    THE BEST!!!

    sinto-me muito orgulhosa de poder compartilhar este espaço com geniais pessoas...

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  13. Essa parte da esclética deixou mesmo um certo desconforto logo de cara... Achei até q iam deixar passar, Até pq eu quando vi a primeira vez e deixei o primeiro comentario, eram 6:30 da manhã não li otexto todo li ocomeço depois passei por algumas partes, mas depois q li o resto, vcs já não tinham perdoado essa hahahaha e concordo pq ecletica ficou estranho, mas tb temos q levar em conta q psicologia não é um ciencia exata, sem falar q os personagens muito menos, ele tem algumas incoerencias e buracos dos escritores. Eu li numa materia q HH diz q não mas eu acho q ficou fora de contexto o Booth querer arrumar os anos de atirados prendendo assassinos, e e então ele volta pro exercito??!!? Mesmo q me digam q ele foi coordenar, ele tem vários traumas lá por causa daquele menino q morreu , enfim ir pra guerra mesmo não em combate é traumático e colocar ele de volta nisso é sem sentido...

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  14. PALMAS PRA VOCÊ RENATA!!!! que assistiu tudo de fora e entrou pra fechar com chave de ouro este "debate". Compartilho da sua opinião em saber que não estou cercada de alienadas....parece que nossa válvula de escape que é a paixão por Bones é uma das maneira mais gostosas de espairar nossas mentes muitas vezes sobrecarregadas com nossas profissões e do dia a dia....neste ponto concordo com a CAM depois de um dia inteiro com mortos, ela prefere revista de "mulher", pra ela ler o livro da Bones e de noite, cansada...ninguém merece......
    Voltemos à sandice: FORA HANNAH BANANA....JÁ DEU...
    Soninha

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  15. A minha crítica não foi ao texto em si, mas a esse início, como a Paula colocou perfeitamente.
    Acredito que todas as abordagens psicológicas possuem seu valor e contribuição, só que a prática clínica tem demonstrado que a "salada" delas não funciona tão bem. Tanto que há uma série de artigos a respeito colocando que essa mistura acaba fazendo com que muitos psicólogos utilizem técnicas inadequadas exatamente por não ter muita base teórica ou ter uma básiquinha.
    Eu sou psicóloga cognitivo-comportamental e já cansei de ver as pessoas dizerem: é a terapia mais fácil, só tem técnica, é igual receita de bolo. E aí vemos depois profissionais aplicando a "receita de bolo" e ela não funciona. Exatamente por não conhecer a fundo a teoria e nem a técnica. Acredito que os psicólogos das outras abordagens devem ouvir coisas semelhantes.
    Um dos meus colegas de graduação fez uma monografia mto interessante sobre essa prática "eclética", e os resultados foram preocupantes.
    A psicologia pode não ser uma ciência exata como a matemática (exemplo), mas tem lutado para se garantir como tal. A cognitivo-comportamental, por ex. (vou falar do q sei né rs...), tem inúmeros estudos comprovados, com estatísticas dos resultados e, inclusive, conta com o apoio da neurociência que comprova sua eficácia. E não é "achismo", é ciência.
    Fiquei feliz pela discussão, sinceramente :) alto nível intelectual por aqui. Vcs são demais ;)

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  16. Katia: O Booth foi extremamente ousado em se declarar pra Bones. Ok, ele é o apostador, mas ele mesmo tinha dúvidas e não acreditava que a Bones o amasse. E conhecendo todo o histórico dela, eu acho que ele deveria ter ido mais devagar ao invés de aparecer com aquela declaração de amor eterno, criou uma situação aversiva pra Bones. Ela não acredita na imutabilidade do amor, enqto as amizades tem um prazo de validade um pouco maior, por isso ela preferiu a amizade.
    No Afeganistão temos: ambiente tenso, longe de casa, longe do filho/amigos/família, a dor do fora. Aparece uma mulher bonita e com o perfil que ele gosta... foi reforçador lá. Mas concordo com os Sweets que em DC, mudaram todas as contingências. Tudo que era aversivo lá no Afeg., já não existe mais. Nesse ponto, concordo com a autora: Bones está se mostrando mais disponível e ele está respondendo. Tanto que ele está ficando cada vez menos "chato". Quase recuperamos os velhos olhares no 6x05.
    Qdo eles voltarem a algo mais próximo de antes, a Rena vai perceber. E o próprio Booth pode não admitir, mas ele tbm está percebendo que as coisas que o Sweets diz, fazem sentido. Claro que ele não vai admitir, mas intimamente, ele sabe sim, na minha opinião.

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  17. bom de volta a DC ele já devia ter mandado a outra de volta pro Afeganistão. rs

    Mas sério até pela serie em si, o Booth em varios ep mostra q conhece ela só de olhar, sabe q tem algo de errado. Essa declaração dele subita q pegou ela do nada, ele achou o q ? Sem falar q ele desistiu dela, não falo da Hannah digo depois ficou como se nada acontecesse.
    Foi uma falha aí. Esse ep devia ter sido o ultimo...
    Ele ama é a Brennan mais a Hanna faz o tipo dele, mas quando voltou pra casa e deu de cara com ela não tinha como continuar com essa. E já passou da hora dele mudar com ela pq estava beirando a frieza total, o clima q sempre houve era o diferencial deles, sem romance sem isso sobra o q ??

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  18. Meninas, mais um excelente jogo de bola entre nós proporcionado pelo Bonespedia.
    Também sou professora (não exerço) e quando bati o olho no texto pensei no livro "a psicanálise dos contos de fada". Achei que ela fosse fazer uma análise sobre arquétipos (tema interessante e muito popular e que estava no meu inconsciente, ha ha).
    Independente disso, análises acadêmicas devem ser embasadas e se ela se propôs a fazer deveria ter feito... Ainda assim quero ver o que ela vai escrever sobre a Brennan.
    O ser humano é por natureza multifacetado e jamais poderá ser analisado, categorizado e rotulado de uma única maneira, o que não quer dizer que não possa ser avaliado de forma eficaz por métodos científicos.
    E Keila, excelente sua colocação sobre a importância da neurociência para ajudar no estudo do comportamento humano.
    É meninas, Bones também é cultura. :))

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  19. Informação: A Band começou a exibir a 2ª Temporada de Bones, as 23:15, todas as terças.

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  20. alguem sabe me dizer pq a 3 temporada do bones nao passa na fox da tv paga?

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  21. Nossa, gostei muito de poder ver essa perspectiva do Booth assim, completamente. Na série, só se percebem pequenas coisas, uma de cada vez, com espaços de tempo que não permitem formar uma imagem realmente completa da situação. Sempre gostei do Dr. Sweets por trazer essas coisas à tona, mas elas nunca se mostraram assim tão complexas, tão "ilustrativas". Era como se eu tivesse vendo a infância do Booth enquanto lia. Surreal!! :)
    Fiquei hipnotizada com o texto - como disse a Rebecca, me senti lendo "The Heart of the Matter". E também fiquei muito feliz ao ver, nos comentários, que a autora vai fazer um perfil psicológico também da Brennan. Vai ser interessante ver exatamente como e onde todos aqueles traumas afetaram a nossa antropóloga forense preferida.
    Mas, eu tenho uma dúvida: Brennan esteve no "Sistema" até que fosse resgatada pelo avô. Mas o que aconteceu com esse avô? Nunca houveram maiores referências sobre ele, e eu gostaria de saber porquê, e qual foi/é a relação dele com a Brenn. Amanda, talvez tu pudesses perguntar isso ao HH, se vai haver alguma coisa nesse sentido ao longo da temporada. Confio que vocês resolverão esse mistério! :DD

    Parabéns à autora pelo excelente trabalho! Senti a realidade no caso, mesmo sendo sobre um personagem fictício. Maravilhoso!!

    Brennanite

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  22. Engrançado... tb sempre quis saber desse avô da Brennan, nunca entendi direito pq ele nunca apareceu, já que era o único contato de família que a Brennan tinha...
    Suposição, não sei se podem confirmar, mas acho que é este avô é o pai do Max, já que teve um epi na quinta temporada (que a irmã dela apareceu) e se eu não me engano, ela menciona que não conhecia ninguém da família por parte de mãe.

    Se alguém souber de alguma coisa e puder esclarecer... Obrigadinha.

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  23. Parabéns Bonespedia.

    Uma discussão com um bom nível, demonstrando que quem assiste a série é bem esclarecido. Sair um pouco da mesmice de "quando B&B vão ficar juntos" e falar de outros assuntos que também são interessantes à série é muito bom.
    Alice

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