26 outubro 2010

Escavando o passado

Essa matéria foi retuitada pela Raquel e ao mesmo tempo que não tem nada a ver com a série, tem tudo a ver. Espero que gostem.

O Smithsonian abriga os restos de 35.000 pessoas. Um homem conhece os ossos - e suas histórias - muito bem.

David Hunt não tem um típico escritório de Washington. O dele abriga ossos – muitos deles – de um fêmur a uma dúzia de crânios alinhados numa fileira.

Como administrador da coleção de antropologia física do Museu Nacional de História Natural, Hunt é responsável pelos restos de algumas 35.000 pessoas. A maior parte dos ossos veio de escavações; até o início da década de 70, o Smithsonian foi o armazém para restos humanos recuperados durante projetos federais tais como a construção de uma represa.

“Posso pegar qualquer um desses crânios e haverá uma história a contar,” Hunt diz.

Por 20 anos, ele tem mantido a coleção organizada para pesquisadores interessados em tudo ,desde o avanço de doenças a padrões de migração.

Hunt, 52, cresceu em Illinois lendo enciclopédias e a National Geographic. Ele foi fisgado pela antropologia física na Universidade de Illinois.

Ele descreve um esqueleto como a um livro, e ele é fluente no idioma. Ele se debruça sobre o crânio e aponta os traços – as órbitas oculares, o nariz estreito – que indicam que é de ascendência européia.

Essa destreza é útil fora do museu, quando Hunt está analisando corpos recuperados para médicos legistas e para o Centro Nacional para Crianças Exploradas e Desaparecidas. Embora seu trabalho proporcione um encerramento para aos casos – e para as famílias preocupadas – isso não o torna mais fácil: “Há vezes em que você descobre o que aconteceu e é muito triste.”

Sua familiaridade com o acervo do Smithsonian o permite ajudar curadores de exibições como a “Written in Bone,” aberta até Janeiro de 2013. Hunt sugeriu que fosse colocado um esqueleto em particular no final – do antropólogo físico Grover Krantz, que deixou seus ossos e os de seus wolfhounds irlandeses para o museu em 2003. 

Hunt já penhorou os ossos dele no museu. “Depois de morto não mais os usarei,” ele diz. “Alguém precisa fazê-lo.”


Por Rebecca Wallace para o Washingtonian.com
Tradução: Amanda C.

4 comentários:

  1. Fantástico! Muito legal saber desses casos reais, que certamente inspiram Bones.

    Em pensar que, quando mais jovem(naquela fase crítica em que definimos a carreira que seguiremos), sonhava em fazer arqueologia... ai ai, bons tempos!! he he

    Patrícia

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  2. Ahhhh Patricia!!! Meu sonho ate hoje eh fazer arqueologia, mas no Brasil eh quase impossível então tive que escolher outra coisa :( Nunca soube de ninguém que também tivesse essa mesma vontade que eu!!!!

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  3. Pois é Indira...

    Não sonho mais com isso. Mas, continuo amando tudo relacionado ao estudo de civilizações passadas. Pra meu deleite, tive o prazer de estudar (fazer algumas cadeiras na época da faculdade) de Antropologia Urbana, Hisória das Civilizações, Arqueologia Bíblica entre outras, que serviram como paliativo frente a minha sede pelo estudo arqueológico. rsrs

    Patrícia

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  4. Bonespedia também é cultura.....além de ser agradável a leitura.

    Soninha

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