[Spoiler] Hart Hanson responde a perguntas sobre controvérsias da 5ª temporada

Como a maioria dos fãs de Bones provavelmente está ciente, houve alguns, hã, enredos controversos na quinta temporada.

Quer tenha sido Brennan recusando o pedido de Booth para que dessem uma chance a um relacionamento romântico no 100º episódio – que eu adorei, apesar da angústia – ou a equipe se separando no final da temporada – o que eu não aceitei muito bem – os telespectadores certamente tiveram muito a debater na temporada passada.

Antes que a nova temporada comece, pensei que seria legal conversar com o criador de Bones, Hart Hanson, e obter sua opinião sobre algumas das histórias que dividiram os fãs...

Quando você soube que Booth, Brennan e o restante da equipe tomariam rumos diferentes no final da quinta temporada?
Hart Hanson: Que eu me lembre, foi perto de Dezembro do ano passado quando estávamos chegando ao fim [da temporada na sala dos roteiristas]. Seguramente na época que o centésimo episódio já estava completamente concebido. Tinha isso em mente por bastante tempo, o centésimo episódio – então foi por aí – uma vez que a emissora aprovou o episódio 100 – sabíamos que dividiríamos a equipe. Porque precisávamos de um episódio final que fosse ao menos tão interessante quanto nosso centésimo.

Não acho que seja um segredo o quanto amei o episódio 100. Achei que ele foi fantásico-
HH: Eu o adorei!

-e sei que algumas pessoas não gostaram do final, mas achei que o mesmo foi muito fiel às características dos personagens.
HH: E você escreveu algo gentil sobre tal efeito.

Escrevi. Acho que com base no que já vimos deles, fez sentido o porquê reagiram da maneira que reagiram.
HH: Também acho que tenha sido íntegro. Achei que foi coeso. Eu gostei.

Embora o caso do centésimo episódio não tenha sido o mesmo que Booth fala acerca no Piloto...
HH: Fizemos isso de propósito. Então se você não gostou, não foi um acidente. Foi algo, vamos encobrir o primeiro caso. Preciso dizer, a maioria das pessoas não percebeu, o que me surpreendeu.

Interessante. E enquanto pessoalmente tenha gostado do final, ouvi de muitos fãs que acharam que Booth desistiu de Brennan muito rápido após a rejeição. Booth prometeu amá-la pelos próximos 30, 40, 50 anos, mas quando Brennan o rejeitou, ele imediatamente largou o “preciso seguir em frente.” Você acha que é justo dizer que ele desistiu muito rápido?
HH: Obviamente eu discordo. Um cara conta uma história de quando tentou [fazer um relacionamento dar certo]. Sweets diz para ele, tem que ser você. E ele o escuta. Tem que ser ele. Ele diz, sem papo furado, ou sobre trabalho, farei o que for preciso para que dê certo. E ela diz, “não” e ele acredita que ela tenha dito mesmo. E eu achei que Brennan tivesse transmitido que, de fato, disse não. Isso a machucou demais, [ela estava] ferida, mas não abdicou. E ele é um cara maduro. Se ele quer ou não manter a consciência de si mesmo como um adulto e homem, para ele ir e dizer, ok, preciso [seguir em frente] – acho que todos já passamos por isso. Acho que todos já estiveram nessa situação: quando você se torna um perseguidor? Quando você aceita que não vai dar certo?

Sem esquecer que Booth tem pré-disposição à dependência. Poderia haver o argumento de que ele tenha substituído seu vício em jogatina por seu vício em Brennan.
HH: Sim. E gosto do fato que ela tenha dito, “tenho te protegido.” Acho que ela percebe, oh, isso é verdade. Porque ele pode dar, ela não, e ele vai, talvez eu nunca consiga isso. Então para ele continuar a ter esperança parece um tanto assustador a meu ver. Mas nem todos concordaram. Muitas pessoas acham que ele deveria continuar tentando.

Ok, vamos falar sobre o episódio final. Tenho que dizer que concordo com os fãs que não entenderam muito o argumento de Booth para deixar D.C. Brennan partindo para a escavação faz total e completo sentido, porque é completamente fiel à personagem. Mas Booth voltando para o Exército, após sabermos que ele quer equilibrar seu balanço cósmico, cai contra tudo que aprendemos sobre seu caráter.
HH: Aqui está, talvez eu tivesse que ter deixado isso mais claro [no episódio], embora ele não tenha voltado para atirar nas pessoas. Ele não voltou para ser um atirador e matar pessoas. Ele voltou para treinar pessoas: como capturar insurgentes, como policiar.

É, isso não ficou bem claro no episódio.
HH: Eu sei, isso é um problema. Ele voltou para mostras às pessoas como policiar num país em que não há policiamento. Então é, eu ouvi isso, as pessoas falando, ele jamais teria feito isso, voltar a ser um atirador. Concordo. Ele nunca voltaria a ser um franco-atirador. Ele nunca faria isso outra vez.

Ok, bom saber. Você sentiu como se muita coisa tivesse sido incluída no episódio final? Entre o caso, Booth e Brennan debatendo se deveriam partir, as histórias de Daisy e Sweets, e Angela, Hodgins e Billy Gibbons, você estava tentando contar quatro histórias completas em um episódio. Você tentou espremer muita coisa num epsiódio?
HH: Não. Quero dizer, claro que é um argumento válido, mas nossa decisão é a de não sermos MAD MEN, que tem tudo se desenvolvendo inacreditavelmente devagar. Se eu tivesse 2.9 milhões de telespectadores, eu estaria fora do ar em uma semana. Então não importa o quão lindo ou fora do comum isso seja... somos um programa de TV aberta, temos que ir adiante. Somos uma série parcialmente conjunta. É um argumento completamente lógico, apenas decidimos não fazer isso.

Depois que o episódio final foi ao ar, você ficou bastante tempo no Twitter respondendo a algumas reações negativas, etc. Por que isso?
HH: [pausa] Uma coisa que descobri é que mesmo os episódios finais que foram odiados, as pessoas passam a gostar deles em retrospecto após o episódio de estreia. Especialmente o da realidade alternativa. Fui [insultado] por um número enorme se pessoas que depois o reconsideraram e gostaram. Não tenho certeza se essa é uma boa maneira de conduzir um programa. Não sei. Mas sempre penso no episódio final e no de estreia como sendo duas partes.

Sim, também tivemos essa conversa ano passado.
HH: Com certeza fracassei em deixar as pessoas felizes após o fim de uma temporada.

Não lembro das pessoas ficando aborrecidas após o final da primeira temporada...
HH: Preferiria que elas não estivessem aborrecidas.

Mas algumas pessoas estão. Em que ponto receber esse tipo de reação passa a fazer mais mal do que bem?
HH: Aqui está outra coisa que é muito difícil de lembrar: as pessoas da internet não representam os 10 milhões de fãs da série. Eles são um grupo muito pequeno, sonoro, apaixonado e fanático. Portanto, eles têm reações que não coincidem com as dos telespectadores “normais”. E infelizmente, não posso ser influenciado pelas pessoas que mais amam – e odeiam – a série. Recebemos opiniões de uma porção de pessoas de fora da internet. Temos pesquisa de mercado, pessoal do marketing, departamento dos promos. Então, preciso não ouvir o pessoal [da internet], apenas porque eles gritam mais alto.

Fonte: GMMR
Matéria: Marisa Roffman
Tradução: Amanda C.
Dica: Katiarabreu