04 dezembro 2010

[Spoiler] Emily Deschanel revela um episódio de Bones bastante pessoal



Emily Deschanel tem um episódio de Bones bastante intenso vindo aí. Em “The Doctor in the Photo,” que vai ao ar dia 9 de Dezembro, Brennan (Deschanel) analisa o corpo de uma cirurgiã. Sua investigação mostra muitos paralelos entre a falecida e ela mesma, incluindo os hábitos da carreira, relacionamentos e a falta desses. O caso faz Brennan refletir acerca de sua vida num episódio atipicamente emocional. Deschanel falou com a mídia numa teleconferência para discutir o próximo episódio, com bem poucos spoilers.


P: Como foi interpretar Brennan tão vulneravelmente?

Emily Deschanel: É difícil porque se tem que enfrentar todas as emoções que ela está enfrentando. Ao mesmo tempo é revigorante porque é um episódio bem diferente dos outros da série. É meio estranho. É um episódio diferente, mas esse foi um dos meus scripts favoritos. Não vi a edição final ainda, mas espero que esse seja um dos meus episódios favoritos. Ele é muito singular. É muito pessoal para Brennan. Ela está encarando sua própria mortalidade e também olhando para sua vida e percebendo o que ela estaria deixando para trás quando morrer. Não se vê esse lado da Brennan muito frequentemente. Ela se torna muito vulnerável tentando solucionar esse caso. Brennan acha soa muito familiar quer sejam as qualidades físicas ou pessoais. Então, até mesmo olhar para a fotografia da pessoa que morreu, isso dá a impressão de que é Brennan. Esse episódio é contado da perspectiva da Brennan. É bastante interessante, porém bastante assustador para Brennan, confuso. Então ela recebe a visita de um segurança noturno do Jeffersonian que sequer temos certeza se realmente existe na vida real. Enrico Colantoni faz esse papel. Foi difícil passar por isso porque estive em todas as cenas, portanto não tive folga nesse episódio.


P: Qual foi a cena mais difícil de executar nesse episódio?

ED: Basicamente, Brennan precisa encarar a própria vida porque essa mulher que morreu, ela não tem bem uma vida pessoal. As únicas pessoas que deram falta dela foram as pessoas do trabalho. Ela não tem amigos. Ela meio que tinha um romance com um cara, mas nada aconteceu de fato. Ninguém sentiu falta dela de verdade e esse não é um dos maiores medos de todo ser humano? Morrer e ninguém sentir sua falta, ninguém perceber. Isso afeta Brennan grandemente, ela começa a se conectar com a personagem, acreditando que a mesma seja ela. Ela percebe que cometeu um erro ao dizer não para Booth na temporada passada. Isso leva Brennan a um lugar em que ela é destemida e um tanto ciente de seus sentimentos de uma forma que nunca antes fora. É uma experiência grandiosa e muito estranha, ela ficar a par de seus sentimentos. É preciso uma experiência muito peculiar para ela encarar seus sentimentos e os perceber. Foi uma daquelas cenas que você sabe que está ali e você se prepara para encená-la. Você sabe que ela está vindo, mas é uma daquelas coisas, no script diz que você está chorando na cena e você está tipo, ‘Está tudo bem se eu não chorar, não preciso chorar.” Mas então quando chega a hora, todos estão esperando isso e há tanta pressão. É uma daquelas coisas que você, como atriz, teme essas cenas, de certa forma. Você prefere que isso não esteja escrito e apenas ver se suas emoções vão até lá ou não. Ao mesmo tempo, é bom ter essas sinalizações para saber onde seus pontos de colapso estão como personagem. Onde é o ponto fraco na história?


P: Esse episódio termina de forma positiva?

ED: Acredito que sim. Acho que sim e acho que ela percebe que não é aquela mulher. Ela não é tão extrema quanto essa pessoa, mas é sempre bom ter esses lembretes na vida para ver quem sou, o que estou fazendo da vida? Estou trabalhando demais e não estou passando tempo com as pessoas que são importantes? Não estou me arriscando em alguma coisa de que vou me arrepender no meu leito de morte? Estar cercada pela morte o tempo todo, de mentira ou no caso de Brennan, mortes reais, você fica ciente de sua própria mortalidade e não consegue evitar pensar sobre isso. Como resultado, acho que você tem que se tornar mais corajoso em sua vida e se arriscar. Acho que é o que Brennan está fazendo e essa é uma coisa maravilhosa, tirar o máximo de proveito de nossa vida enquanto podemos. Brennan correu esse risco e se isso deu ou não certo não importa contanto que ela tenha se arriscado. Ainda que seja difícil e triste, a vida é difícil e triste às vezes e o importante é que superemos essas circunstâncias.


P: Quais são as ramificações dessas revelações nos episódios subsequentes?

ED: Sinceramente, Brennan é o tipo de pessoa que quanto mais perto de expor seus sentimentos ela está, mais fechada ela se torna. Depois disso, acho que ela se torna ainda mais fechada de certa forma, então aí está a reação. Essa pode não ser a reação que as pessoas querem de Brennan, porém ela raramente é previsível dessa forma. Acho que você verá Brennan se tornando mais reservada do que jamais fora. Então, algumas vezes, ela se abre, portanto, acho que isso a afeta, mas a afeta de formas diferentes e antagônicas, que você verá nos episódios futuros.


P: Foi um alívio para você voltar aos casos normais depois de um episódio tão emocionalmente complicado?

ED: Com certeza. Sem dúvida. Ele exigiu muito de mim e foi um episódio exaustivo fisicamente, do lado de fora na chuva à noite e todas essas coisas. Não estou de certa forma dizendo pobre de mim, foi um alívio voltar a fazer um episódio, esses episódios sobre esposas irmãs, coisas do tipo. Definitivamente um alívio. Leve pode não ser exatamente a palavra para isso, mas é legal ter casos mais leves. Temos um episódio sobre ciclistas aventureiros. Temos um episódio sobre pessoas que são polígamas. Um episódio como esse parece popular agora com diferentes reality shows e Big Love. Temos um com a Coveira que é cheio de ação. Tem um franco-atirador solto em D.C. David [Boreanaz] dirigiu um episódio sobre isso que é ótimo, ótimo, divertido e cheio de ação. Adoro esse episódio. É um bastante empolgante.


P: A dinâmica entre Hannah e Booth se tornará mais séria?

ED: Sim, isso de fato fica mais sério, o que cria uma toda uma situação para todos eles. Tenho que dizer, uma coisa que adoro acerca dessa dinâmica entre Hannah e Booth e Brennan. Hannah não é uma má pessoa. Tantas vezes se vê uma personagem chegar e formar um triângulo amoroso quando as pessoas querem os protagonistas juntos. Tem-se que gostar dela, e isso não é uma ordem, mas sinto que ela seja uma boa pessoa. Brennan certamente gosta dela e a respeita. Há muitos conflitos internos ao invés de externos. Há conflitos internos em Brennan porque ela quer estar com Booth, ela está percebendo isso, mas porque ela o ama, ela quer que ele seja feliz. Booth está feliz com Hannah agora e é difícil presenciar isso, mas ela quer que ele seja feliz. Ela também percebe que Hannah é uma mulher maravilhosa, inteligente, durona e legal. Não se pode culpar Booth por ter se apaixonado por ela. Existem todas essas emoções internas contraditórias em um personagem por si só. Apenas acho que seja ótimo ter conflito entre personagens, no íntimo dos personagens em que ninguém está planejando coisas más. É apenas a vida. É o que acontece. Já vi isso acontecer na vida tantas vezes onde há sentimentos pelas pessoas e elas não sentem a mesma coisa, mas não se pode culpá-las. É uma maravilhosa dança de atrai e afasta entre os personagens. Eu realmente gosto dessa dinâmica, mas a coisa fica mais séria com Hannah.


P: A relação não vai atingir o ápice quando Hannah descobrir acerca dos sentimentos de Brennan por Booth?

ED: Sim, vai. Vai. Será revelada de alguma forma para Hannah, a situação com Brennan e Booth e Brennan revelando seus sentimentos. O que definitivamente cria uma situação com Hannah e Brennan em sua amizade, então se trata de uma dinâmica interessante entre essas duas que não se vê com tanta frequência. Isso absolutamente cria certos problemas e conflitos.


P: Vocês já estão na sexta temporada, a qual é um tremendo sucesso. Por quanto tempo você deseja que a série continue?

ED: É uma ótima pergunta. É tão difícil saber. Gostaria de ter essa expectativa. É algo que eu realmente não tenho controle sobre a essa altura. Eu tenho um contrato para oito temporadas, portanto não posso dizer que para mim deu agora. Prefiro não dizer, “Chegamos ao cume, já deu” porque eu teria problemas por romper meu contrato. Prefiro dizer que vamos ter oito temporadas. É algo que como atriz não se tem tanto controle acerca. Algumas séries duram 10 temporadas e isso é incrível. Não consigo acreditar que estejamos na sexta temporada, não porque não amo fazer isso. É só que há tantas séries maravilhosas que são canceladas na primeira temporada. Tantos programas que nem são escolhidos. Sou tão afortunada por fazer uma série que amo e uma personagem que amo interpretar. Adoro fazer a série. Quando comecei, pensei que seriam três temporadas, no máximo. Esse é um período tão longo e estarei exausta até lá e para mim já teria dado e aí posso partir para outras coisas. O programa continua, mas nunca pensei, 'Oh, fomos renovados para outra temporada, droga. Queria que isso não tivesse acontecido.' Sempre fiquei empolgada quando fomos renovados para outra temporada. Fale comigo, talvez, quando estivermos na décima primeira e eu direi, 'Acabou, estou cansada disso.' No momento, estou curtindo e amando e estou grata.


P: Fica cansativo viver na pele de Brennan?

ED: Sim e não. Acho que Brennan ficou muito mais vulnerável ao longo dos anos e se pode ver o lado bobo e excêntrico dela, às vezes, o que é divertido. Então eu meio que me prendo a esses momentos e tento incorporar coisas como essas em cada episódio. O que mais gosto acerca das pessoas em geral é que elas têm contradições. Brennan não é exceção a essa regra. Adoro explorar as contradições da personagem e tudo isso. Também sou atriz, então interpretar uma personagem que seja tão diferente de mim é uma das melhores coisas que me aconteceu. Tantas pessoas são contratadas para interpretarem personagens bem próximos do que são na vida real. É uma oportunidade excelente interpretar essa personagem que é tão diferente. Às vezes me pareço com ela. Posso ser bastante nerd e digo isso da forma mais carinhosa, contudo sou muito diferente. Portanto, adoro o fato de que sou diferente da personagem. É verdade que algumas vezes, especialmente em certos episódios, você leva isso para casa com você um pouco. Tenho tentado me delimitar, deixar o trabalho no trabalho. Faço todo o meu trabalho de aperfeiçoamento no fim de semana e decoro minhas falas no dia anterior. Se tiver alguma coisa a ser feita para o dia seguinte, faço isso no trabalho. Não vou embora até que eu tenha terminado. Não gosto de levar trabalho para casa e isso significa trabalhar até mais tarde, mesmo depois de trabalhar por 15 horas, ficarei mais uma hora ou duas até que eu acerte tudo. Tendo dito isso, às vezes, isso acaba escapando para a vida pessoal.


P: Que trabalho adicional você teve que fazer para “The Doctor in the Photo?”

ED: Passei mais tempo trabalhando nele. Trabalhei com minha professora de interpretação nele, mas teve muito trabalho a ser feito por conta própria. Detesto falar sobre o processo de atuação, porém trata-se de muita imaginação e memórias e tudo isso então há muito que se fazer. Quando se trata de um episódio tão pesado, enfrentam-se emoções tão sérias com a personagem. Isso exige mais, portanto leva mais tempo. Trabalha-se mais duro nisso. São coisas que eu amo. Adoro fazer isso. Então, gosto do desafio. Não acho que poderia fazer isso em todos os episódios. Talvez acabaria me acostumando, mas acho que isso demanda muito.


P: Tem alguma coisa acerca de Brennan que ainda te surpreende?

ED: Sim. Acho que fiquei surpresa quando ela começou a se abrir mais. O que adoro é, isso  foi algumas temporadas atrás, mas adoro uma cena em que ela pede ao Sweets que lhe ajude a aprender a ler expressões faciais, porque ela meio que se encaixa no espectro do autismo, quase Asperger, não bem isso, mas tem algumas características que se adequam. Ela não entende muito bem como ler as emoções das pessoas. Adoro que ela tenha aprendido a fazer e se aperfeiçoar nisso. Tivemos o episódio da Jersey Shore que me deixou surpresa. Apenas o quanto Brennan estudou aquela cultura de guidos e o quão a sério ela levou isso. De certa forma as coisas me surpreendem e de outras não porque claro que ela estudou esse guidos e claro que ela levou isso a sério, como um estudo antropológico. Sim e não. Adoro tantas qualidades distintas, especialmente quando ela está tentando crescer como pessoa.


P: Que conselho você daria aos atores que estão tentando um começo?

ED: Estude interpretação. Faça muitas peças. Interprete tantos personagens diferentes quanto possível. Vá o mais longe que puder. Que seja sobre a atuação. Tantas pessoas se prendem à aparência e aos agentes e aos negócios relacionados e a quem você conhece. Acho que isso é válido, mas se você se concentrar na atuação, não posso dizer que tudo vai dar certo porque conheço muitos atores incríveis que estão batalhando. Ouvi alguém dizer que se trata de 90% de perseverança e 5% de talento e acho que isso é verdade, mas se você for perseverante e se concentrar na interpretação, é tudo o que digo.


Tradução: Amanda C.


3 comentários:

  1. Aí a Hannah descobre que a Brennan revelou sentimentos pelo Booth...mas e todo o resto da história? De o Booth pedindo uma chance, será que ela não vai descobrir? hum.

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  2. Ha Emily é perfeita, adora vela falar.

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  3. Não tem como não adorar Emily, a atuação dela é definitivamente um dos motivos de eu assistir a serie.

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